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Optar por uma profissão é um processo trabalhoso.


Como há cerca de 130 diferentes cursos oferecidos por quase 900 faculdades, opção é o que não falta. Estimativas de consultores de recursos humanos dão conta de que apenas cinco de cada 100 vestibulandos de primeira viagem estão absolutamente certos de sua escolha antes da inscrição para as provas. Os outros têm uma pequena noção do que realmente querem. Na dúvida, grande parte acaba optando por carreiras tradicionais. 
Um em cada três alunos escolhe direito, medicina, odontologia ou engenharia, uma parte por que quer, outra parte porque acha que deveria querer. É fácil entender por que os alunos ficam em dúvida, pois, escolher significa posicionar-se entre duas ou mais possibilidades que são igualmente atraentes.
A preocupação ocorre quase sempre às vésperas do vestibular. Raros são os jovens que se preocupam em discutir, com alguma antecedência, o que vão ser quando crescer. A incerteza é angustiante. Entre outras razões, é por isso que dos estudantes que entram numa faculdade, quase a metade desiste no meio do caminho. A desistência muitas vezes ocorre depois de iniciada a vida profissional.
Para escolher uma profissão, antes de mais nada, é preciso ouvir os pais. Mas só para saber o que eles acham da profissão que exercem, ou da que você está paquerando. É um erro ceder às pressões de familiares. É muito natural que o pai advogado queira ver o filho no escritório e a mãe dentista querer empurrar a filha para o consultório. Há também os que fazem pressão porque não tiveram oportunidades de estudar e sempre sonharam ver o filho administrador. Mas o futuro em questão é do vestibulando, não o deles. 
Recomenda-se conhecer o máximo possível das minúcias das carreiras pelas quais tem curiosidade. Um exemplo comum é ficar em dúvida entre engenharia de produção e administração de empresas, já que as duas ocupações cumprem praticamente o mesmo papel. Num mercado de mutação veloz, as fronteiras entre as profissões tornam-se cada vez mais tênues. Então, antes de mais nada, deve-se analisar o currículo dos dois cursos. Quem detesta física, química ou mecânica deve fugir da engenharia. Quem ao contrário não gosta de filosofia, sociologia e psicologia deve esquecer administração. Dessa forma simples, pela análise dos currículos, pode muitas vezes ser resolvido o impasse, quando a indecisão envolve duas profissões semelhantes.
Um tipo de dúvida mais complexa, é quando o estudante não sabe se quer ser economista ou arquiteto, carreiras totalmente diferentes. Quem está em dúvida entre uma área do mundo das contas e outra do universo das artes não deve angustiar-se nem achar que é um desorientado na vida. Isso pode traduzir apenas o desejo de trabalhar com finanças, mas sem abrir mão da criatividade. 
As profissões podem ser divididas em famílias. Algumas estão sempre em alta desde que o mundo é mundo, como direito, engenharia e medicina. As pessoas vão continuar a ficar doentes, têm de resolver a pendência do aluguel e precisam de estradas para se deslocar. Outras, embora pouco prestigiadas, não deixam seus profissionais desempregados, como letras e matemática, já que sempre haverá procura por professores. 
Há carreiras que surpreendem, como turismo e educação física. Cinco ou seis anos atrás eram tidas como atividades exóticas, e hoje, apesar de oferecer salários pouco atraentes, formam entre as campeãs do vestibular. Uma categoria de profissão costuma gerar um encantamento especial entre os jovens, por conta de um falso glamour a ela atribuído. É o caso de jornalismo e publicidade. Na verdade, trabalha-se muito, ganha-se pouco e arrumar emprego é um desafio.
Como os jovens no Brasil têm de fazer a sua opção profissional cedo demais, aos 17, 18 anos, há quem argumente que em função disso, estariam mais sujeitos às inseguranças do que os de outros países. Se pudessem escolher mais tarde a profissão, os jovens poderiam ter um grau de segurança maior em torno do que planejam para suas vidas. Na hora da decisão, o grande medo é errar. É descobrir mais tarde que a carreira escolhida não era a mais apropriada, que poderia ter feito outra coisa qualquer.
Conhecendo um pouco mais sobre as profissões, a margem de erro da hora de assinalar o "x" poderia ser menor. Lembrando que a dúvida pode existir sempre que se precisa escolher, em qualquer idade. Isso acontece até mesmo entre profissionais experientes. Há quem esteja trabalhando a muitos anos e até hoje continue em crise, sem saber se escolheu certo ou errado. 
Os testes vocacionais são bons para apontar caminhos, não para dar respostas acabadas. Os testes também erram. Por exemplo: seu teste pode dizer que deveria ser advogado. Termina fazendo administração de empresa, acaba sendo professor, e não se arrepende.
Um critério apropriado para tomar a decisão, é fazê-lo solitariamente. Deve-se ter em mente apenas a satisfação pessoal. Pois ninguém vai ser feliz fazendo o que não gosta, ainda que consiga ganhar um bom salário no fim do mês. Não adianta sair correndo atrás do mercado, querendo fazer faculdade que interessa à praça. Cursos de momento, estão em alta no momento. Amanhã podem estar na sarjeta. é mais importante investir numa boa formação. 
Os estudantes devem ter um grau de conhecimento bastante amplo e deixar para as empresas a responsabilidade de treina-los de acordo com suas necessidades. Pois, depois de uma batelada de testes e entrevistas, um exame do currículo de cada um e as pessoas mais apaixonadas pela profissão, derruba a concorrência feroz. 
Não importa o curso, ninguém deve perder de vista a necessidade de estudar muito. E como os conhecimentos da humanidade se reciclam a cada seis anos, só alguém que estuda com afinco consegue acompanhar esse ritmo e estar sempre atualizado é uma regra. No setor da informática, por exemplo, o moderno de hoje estará obsoleto em seis meses. Assim a formação generalista é muito mais importante do que a profissão em si. 


Fonte: Vestibular1.com.br

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